quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Sermão em Ap. 5. 1- 7

A figura do Cordeiro e do Leão é uma das mais conhecidas na Palavra de Deus. João, depois de visualizar Cristo como o Leão de Judá e como o Cordeiro de Deus, compreende o porque seus olhos serão limpos de todo medo, incerteza e lágrimas. A visão que João passa a ter no capítulo 5 garante a paz, a esperança e a segurança que todo cristão anseia por ter.
Tanto em seu poder e autoridade quanto sua doçura e piedade, aquele que é o Cordeiro e o Leão há de reger o fim do presente tempo e guardar todos aqueles que estão em suas mãos, encaminhando-os para aquilo que é chamado de Novos Céus e Nova Terra.
Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
Ap 5.1–7
1 Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.
Ninguém sabe o que se encontra neste livro. Seu conteúdo é incerto. A palavra livro é a palavra βιβλίον (biblion), ou seja, livro, ouconteúdo de um livro, ou ainda, rolo. É bastante possível que João não tenha visto um livro tal como nós o imaginamos hoje, com capa, contra-capa, lombada, etc. Mas sim um rolo, possivelmente parecido com os rolos de pergaminho de seu tempo. E este rolo (livro) estava totalmente lacrado com sete selos, demonstrando possuir uma mensagem secreta, real, e importante.
Lembre-se de que aquele que estava sentado no trono é o mesmo que já apareceu em Ap 1.16:
Apocalipse 1.16: Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.
Assim como tem as igrejas e pastores em suas mãos, Jesus também possui autoridade sobre todos os segredos do universo, do tempo e da história. A mão direita na cultura judaica e nas Escrituras Sagradas simboliza poder e força, e, em algumas ocasiões, bênçãos.
Os selos guardavam o segredo relacionado aos julgamentos que estavam por vir sobre o mundo. Os selos denotam não apenas que o que esta no rolo é desconhecido, mas que é igualmente inacessível a qualquer pessoa que não seja aquele que está assentado sobre o trono.
2 Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
Em sua visão, João afirma ter visto um anjo forte. Não sabemos ao certo o que esta expressão significa a não ser que, próximo ao trono de Deus, e próximo ao rolo no qual os segredos sobre os eventos de juízo futuro estão escritos, este anjo diferente aparece, assim como aparece outras vezes no restante do livro de Apocalipse (Ap 10.1 e 18.21:
Apocalipse 10.1: Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era como o sol, e as pernas, como colunas de fogo;
Apocalipse 18.21: Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada.
É justamente este anjo que também demonstra interesse em que os segredos sobre os eventos futuros sejam revelados, no entanto, Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?, questiona o anjo.
3 Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; 4 e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.
Ninguém, aos olhos do anjo, poderia abrir o livro. Ninguém sobre a terra, nem mesmos os profetas e apóstolos. Ninguém sobre céus, nem mesmo os arcanjos. Aliás, nem mesmo olhar para o livro era permitido.
O choro de João é justificado, pois, talvez, ele não chorasse tanto pelo conteúdo inacessível, mas pelo juízo certo que viria do único que possui autoridade sobre céus e terra. A impressão que se tem olhando para o verso seguinte é que não haveria salvação sobre a humanidade, não haveria vitória sobre a desgraça humana, e por isso João chora. No entanto, o mesmo que se assenta no trono, ao longo do livro de Apocalipse, revela que não somente abrirá o livro como enxugará dos olhos toda lágrima. Mais uma vez, isso não se trata apenas de um gesto gentil, mas de uma verdade escatológica, a verdade de que o bem, finalmente, vencerá o mal e de que todas as coisas serão restauradas a fim de ser como deveria desde o Éden. A lágrima de desesperança será enxugada pois o Cordeiro de Deus fará novas todas as coisas!

5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
Aqui está o consolo de João, a palavra de um dos anciãos vistos em versos anteriores. Cristo é como o leão. Seu poder e grandeza sobre a criação devem trazer esperança ao coração dos homens. Cristo é o Messias prometido no Antigo Testamento, o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, aquele que venceu a morte e o pecado, e que, com sua vitória, garantiu o poder de abrir o livro e seus sete selos.
A certeza de que o Senhor está no controle da história deve trazer esperança e paz ao coração daqueles que estão nele. Sua vitória é a vitória dos seus.
6 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. 7 Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
A visão de João, neste primeiro momento, se encerra com a brilhante comparação de Cristo como um Cordeiro. Ele é o Leão, mas ao mesmo tempo o Cordeiro. A força e a mansidão. O juízo e a misericórdia. Seus sete chifres simbolizam apocalipticamente a plenitude do poder. Chifres simbolizavam o poder numa batalha. Lembre-se de animais que possuem chifres. Numa batalha animal, estes animais usam seus chifres mais do que qualquer outra parte de seu corpo, pois ali está concentrada sua força. Simbolicamente, na literatura apocalíptica chifre simboliza poder, enquanto o número sete, como já vimos, simboliza a plenitude.Sete chifre, bem como sete olhos simbolizam não apenas uma plenitude de poder, como também uma plenitude de conhecimento, sabedoria e visão. Dentro disso, também se encontra com o Cordeiro de Deus os sete Espírito de Deus, os quais simbolizam a plenitude do Espírito Santo enviado sobre a terra. É justamente este Cordeiro e Leão que vem e toma da mão direita de Deus Pai, Todo Poderoso, que estava sentado no trono, o livro. É a partir daqui que todas as coisas começam.
Wilson Plaza.

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