segunda-feira, 5 de agosto de 2013

PREDESTINAÇÃO NO VELHO TESTAMENTO E OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO EM GÊNESIS

INTRODUÇÃO
Devemos entender o método da exposição teológica que Paulo faz do Velho Testamento quando ele cita dois casos de Gênesis: 1) O caso de Sara comIsmael e Isaque , (Rm 9:7-8); 2) O caso de Rebeca com Jacó e Esaú. À primeira vista, sem auxílio da interpretação paulina, essas duas histórias parecem muito estranhas. Muitas pessoas as usam para ensinar diversas lições; mas elas estão registradas para ensinar a doutrina da eleição e preterição no Antigo Testamento. Os dois casos representam uma dramatização histórica da doutrina da predestinação, (Rm 9:9,10).
Depravação Total
Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos falam da criação de Deus, e como isso era muito bom antes da queda.
O capítulo 3 nos ensina sobre a queda. No registro desta terrível calamidade, podemos tirar muitas lições sobre a depravação total do homem:
O ensino da depravação total pode ser visto no fato do homem, após a queda não ter voltado para Deus em arrependimento. Eles se esconderam um do outro e também de Deus.
A inabilidade deles de se cobrirem com folhas de figueira demonstrava a inabilidade de lidar com o pecado.

Adão foi procurado por Deus para que assumisse sua culpa. Ele acusou Deus de ter dado aquela mulher, (Gn 3:12), e a mulher acusou a serpente.
Apesar da atitude pecaminosa dos dois ter sido refletida naquela acusações, Deus, graciosamente prometeu que não deixaria as coisas assim, e que interviria na situação colocando inimizade entre a serpente e a semente da mulher, (Gn 3:15). Devemos perceber que isto é uma obra total da parte de Deus, e que o homem não tem nenhuma participação. Não era o homem que obteria a vitória sobre Satanás. Isto era uma obra somente de Deus. Assim, podemos perceber o caráter gracioso da provisão de Deus para o problema do pecado.
É interessante notar o fato de Deus ter matado animais para cobrir Adão e Eva. A maioria dos teólogos vê este fato como o início do sistema sacrificial que representa a única maneira de Deus se relacionar com pecadores: através de sangue.
Podemos ver o imediato efeito do pecado sobre a relação entre Deus e o homem: separação. Eles foram banidos do jardim, da presença de Deus, e da árvore da vida, (Gn 3:22).
A morte de Abel por Caim nos ensina que a natureza pecaminosa foi transmitida por geração ordinária. Adão pecou, e sua natureza boa e santa foi mudada para uma ímpia e pecaminosa. Essa natureza foi herdada por Caim que expôs a natureza de seu pai na morte de seu irmão.
O texto de Hebreus 11: 4 lança luz sobre o tipo de sacrifício que Abel ofereceu a Deus. O texto diz que ele “pela fé ofereceu”. Se o sacrifício foi pela fé, isto que dizer que Abel ofereceu um sacrifício pelo pecado, “pelo qual obteve o testemunho de ser justo”. Evidentemente, ele sabia que havia uma morte paga pelo pecado, desde que o salário do pecado é a morte. Quanto a Caim, não houve nenhum arrependimento da sua parte, nem oferta de fé. O que significa isso? Que ele permaneceu em seus pecados.
A destruição do homem pelo dilúvio, (Gn 6:5-7) e a promessa de não mais destruir a terra por causa do homem, (Gn 9:11) nos mostra que Deus o homem é pecador por natureza, e que uma ameaça de destruição não muda pecadores, apenas o Espírito de Deus opera esta mudança.
A salvação da família de Noé e a destruição em massa da humanidade foi um típico caso do exercício da soberania de Deus sobre Sua criação. O ensino do dilúvio reflete claramente a idéia da reprovação e condenação de muito e da eleição de alguns.
Eleição Incondicional
A chamada de Abrão de Ur dos caldeus é um exemplo claro da soberania de Deus em escolher um homem, dentre o resto da raça humana para ser o recipiente de Sua graça, (Gn 12:1-3).
Nada no texto indica que Abrão fosse melhor do que todos os outros seres humanos. Isto é um caso de eleição soberana, e também de reprovação soberana. Quer dizer, Deus, soberanamente, escolheu Abrão e reprovou os outros.
Um dos casos da eleição incondicional em Gênesis é o caso de Isaque e Ismael, (Rm 9:6-8). Não faria nenhum sentido uma história daquela se não fosse para ensinar a doutrina da predestinação. Abraão poderia ter vendido sua escrava ou dado a outra pessoa; levá-la para morrer no deserto não tinha nenhum sentido se aquele drama não fosse uma narrativa histórica da rejeição do pecador para servir de ensino aos crentes de todas as épocas. É por essa razão que Paulo fundamenta sua exposição sobre predestinação no Antigo Testamento. Isaque representa o eleito, que nasce segundo a promessa, mas Ismael representa o réprobo, que nasce naturalmente; um é filho da vontade de Deus, o outro é filho da vontade de Abraão. Um é filho da escrava, o outro é filho da livre; o da escrava nasceu da carne, o da livre nasceu da promessa; um é herdeiro da promessa, o outro é escravo.Isso é prova clara que nenhum desses tiveram alguma coisa diferente um do outro para que merecesse ser escolhido ou não, (Rm 9:11).
Outro caso interessante de eleição incondicional é á eleição de Jacó, o grande pecador salvo pela graça de Deus. Jacó não tem direito a nada, mas é a ele, a quem Deus, soberana e graciosamente salvou.
Expiação Limitada
A doutrina da expiação limitada pode ser claramente vista no pacto Abraâmico, (Gn 17:7). Paulo diz que essa semente são os que crêem com o crente Abraão, (Gl 3:7, 9). O próprio apóstolo já definiu como é a salvação no Velho Testamento, (Rm 9:7-11). Ninguém mais foi chamado para levantar descendência santa. A semente de Abraão foi escolhida para frutificar por descendência santa um povo para Deus. Mesmo depois de seu chamado, Deus não abriu as portas do evangelho para mais ninguém como povo. O culto verdadeiro pertenceu por muito tempo apenas a uma linhagem, e permaneceu por muito tempo até sua descendência se tornar povo. O evangelho se tornou restrito a Abraão e sua descendência. A maior prova da expiação limitada em Gênesis está na promessa da aliança que Deus fez: “E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti à tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. (Gn 17:7). Essas palavras são muito claras em ensinar que de Abraão a Cristo nenhum povo fora da linhagem de Israel foi chamado no mundo pagão à fé revelada somente a Abraão e seus descendentes. Jesus deixou essa mensagem bem clara no seu diálogo com a mulher cananéia, (Mt 15:21-28).

Graça Irresistível
A graça irresistível é vista na vida dos patriarcas que, apesar de serem pecadores (Abraão e Jacó), a graça os alcançou fazendo-os obedecerem a Deus, (Hb 11:8).
É dito dos patriarcas que eles tiveram fé, (Hb 11:5-7). Mas Paulo diz que fé “não vem de vós”, é dom de Deus. O livro de Gênesis não fala de nenhum patriarca que tenha sido chamado à fé e tenha resistido à graça soberana.
Perseverança dos Santos
A perseverança dos santos pode ser vista na vida de Abraão, que apesar de ter que dar seu único filho, perseverou, sabendo que Deus era poderoso para ressuscitar seu filho Isaque, (Hb 11:19). A peregrinação dos patriarcas por terras alheias sem contudo abandonar a fé é prova suficiente para nos fazer ver que Deus manteve sua igreja intacta durante aqueles tempos de paganismo no mundo.
SOLI DEO GLORIA.
WILSON PLAZA

5 comentários:

  1. Muito boa explicação sobre a predestinação no velho testamento.

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  2. A questão é muito (MUITO) mais ampla, se considerarmos que a tese do paradoxal predestinacionismo de João Calvino implica ou abrange o COMPLETO DETERMINISMO, isto é, a absoluta ausência de qualquer ação, omissão ou até mesmo respiração "autônoma" do ser humano, porque tudo (TUDO) adviria ou seria decorrência direta de um decreto eterno que João Calvino chamou de Soberania de Deus.

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  3. tira essa música como alguém vai ler algo tocando música. Por favor né!!!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. a predestinação é uma realidade muito dura e difícil de entender e aceitar, principalmente por aqueles que preferem viver no engano,achando que DEUS Pode ser influenciado pelo bom testemunho de alguém ou por suas obras.

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