quarta-feira, 15 de maio de 2013

Supralapsarianismo & Infralapsarianismo

Este é um tema bem debatido no meio reformado, eu conheço gente que é reformado e crer na visão Infralapsarianismo e outros que segue a visão do Supralapsarianismo. Eu por exemplo sou Supralapsarianismo.

Hoje vou está falando dessas duas posições Teológicas para nossa reflexão.

O apóstolo Paulo assim falou:
Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Romanos 9:21).

SUPRALAPSARIANISMO                       INFRALAPSARIANISMO                 
 1° Eleger alguns, reprova                                       1° Criar
      o restante                                                        
   
 2° Criar                                                                   2° Permitir a Queda                                              

3° Permitir a Queda                                  3° Eleger alguns, ignorar o 
                                                                      restante                         

4° Providenciar Salvação                                            4° Providenciar Salvação
para os eleitos                                                             para os eleitos

5°   Chamado do eleitos à Salvação                              5°  Chamado do eleito à Salvação  

A distinção entre o infralapsarianismo e o supralapsarianismo tem a ver com a ordem lógica dos decretoseternos de Deus, não com o momento da eleição. Nenhum deles sugere que os eleitos foram escolhidosapós Adão pecar. Deus fez Sua escolha antes da fundação do mundo (Efésios 1:4) — bem antes de Adão pecar. Tantos os infra como os supra (e até mesmo muitos arminianos) concordam sobre isto.

SUPRALAPSARIANISMO é a visão de que Deus, contemplando o homem ainda não-caído, escolheu alguns para receber a vida eterna e rejeitou todos os outros. Assim, um supralapsariano diria que o reprovado (não-eleito) — vaso de ira preparado para destruição (Romanos 9:22) — foram primeiramente ordenados para este fim, e então os meio pelo qual eles cairiam em pecado foi ordenado. Em outras palavras, o supralapsarianismo sugere que o decreto de eleição de Deus logicamente precede Seu decreto de permitir a queda de Adão — de forma que sua condenação é, antes de tudo, um ato de soberania divida, e somente secundariamente um ato de justiça divina.

O supralapsarianismo é algumas vezes, de forma errônea, considerado o mesmo que “dupla predestinação”. O próprio termo “dupla predestinação” é freqüentemente usado duma forma equivocada e ambígua. Alguns usam-no querendo dizer nada mais do que a visão de que o destino eterno, tanto do eleito como do reprovado, é determinado pelo decreto eterno de Deus. Neste sentido do termo, todocalvinista genuíno sustenta a “dupla predestinação” — e, o fato de que o destino do reprovado está eternamente determinado, é uma doutrina claramente bíblica (cf. 1 Pedro 2:8; Romanos 9:22; Judas 4). Mas mais freqüente ainda, a expressão “dupla predestinação” é empregada como um termo pejorativo para descrever a visão daqueles que sugerem que Deus é tão ativo em manter o réprobo fora do céu como Ele é em colocar os eleitos dentro dele (Há uma forma ainda mais sinistra de “dupla predestinação”, que sugere que Deus é tão ativo em manter o réprobo mau como Ele o é em manter o eleito santo).
Esta visão (de que Deus é tão ativo na reprovação do não-eleito como Ele o é na redenção do eleito) é mais propriamente chamada de “igualdade última” (cf. R.C. Sproul, Chosen by God [Eleitos de Deus], 142). Ela é realmente uma forma de hiper-calvinismo e não tem nada a ver com o verdadeiro e histórico calvinismo. Embora todos os que sustentem tal visão também sustentem o esquema supralapsariano, a visão em si mesma não é necessariamente uma ramificação do supralapsarianismo.
O supralapsarianismo é também algumas vezes, erroneamente, considerado o mesmo que hiper-calvinismo. Todos os hiper-calvinistas são supralapsarianos, embora nem todos os supralapsarianos sejam hiper-calvinistas. O supralapsarianismo é algumas vezes chamado de “high” calvinismo, e seus aderentes mais extremos tendem a rejeitar a noção de que Deus tenha algum grau de sincera boa-vontade ou significante compaixão para com os não-eleitos. Historicamente, uma minoria de calvinistas têm sustentado esta visão.
Mas, o comentário de Boettner de que “não mais que um calvinista dentre cem sustenta a visão"supralapsariana”, é, sem dúvida, um exagero. E, na década passada ou aproximadamente, a visão supralapsariana parece ter ganhado popularidade.

O INFRALAPSARIANISMO (também conhecido como “sub-lapsarianismo”) sugere que o decreto de Deus permitir a queda precede logicamente Seu decreto de eleição. Assim, quando Deus escolheu o eleito e ignorou o não-eleito, Ele estava contemplando todos eles como criaturas caídas.


Estas são as duas principais visões calvinistas. No esquema supralapsariano, Deus primeiro rejeitou os réprobos, como resultado de Seu soberano beneplácito; então Ele ordenou os meios de sua condenação através da queda. Na ordem infralapsariana, os não-eleitos foi primeiramente visto como indivíduos caídos, e eles foram condenados somente por causa do seu próprio pecado. Os infralapsarianos tendem a enfatizar o fato de Deus “ignorar” os não-eleitos (preterição) em Seu decreto de eleição.
Robert Reymond, ele mesmo um supralapsariano, propõe a seguinte redefinição da visão supralapsariana:

O Supralapsarianismo Modificado de Reymond
1. Eleger alguns homens pecadores, reprovar o restante.
2. Aplicar os benefícios redentores aos eleitos.
3. Providenciar salvação para os eleitos.
4 Permitir a Queda.
5. Criar.
Note que, em acréscimo à re-ordenação dos decretos, a visão de Reymond deliberadamente enfatiza que no decreto de eleição e reprovação, Deus estava contemplando os homens como pecadors. Reymond escreve, “Neste esquema, diferentemente do anterior (a ordem supralapsariana clássica), Deus é representado como discriminando entre homens vistos como pecadores, e não entre homens vistos simplesmente como homens (Veja Robert Reymond, Systematic Theology of the Christian Faith [Teologia Sistemática da Fé Cristã], 489). O refinamento de Reymond evita o criticismo comumente levantado contra o supralapsarianismo — que o supralapsariano tem Deus condenado os homens à perdição antes dEle nem mesmo contemplá-los como pecadores. Mas a visão de Reymond também deixa a questão não-respondida de como e porque Deus deveria considerar todos os homens como pecadores, antes que fosse determinado que a raça humana cairia (Alguns podem até mesmo argumentar que os refinamentos de Reymond resultam numa posição que, até onde diz respeito à distinção chave, é implicitamente infralapsariana).
Todos os principais Credos Reformados, ou são explicitamente infralapsarianos, ou evitam cuidadosamente uma linguagem que favorece uma ou outra visão. Nenhum credo importante toma a posição supralapsariana (Todo este assunto foi veementemente debatido durante toda a Assembléia de Westminster. William Twisse, um ardoroso supralapsariano e presidente da Assembléia, defendeu habilmente sua visão. Mas, a Assembléia optou pela linguagem que claramente favorece a posição infralapsariana, embora sem condenar o supralapsarianismo).
“Bavinck assinalou que a apresentação supralapsariana 'não foi incorporada a nenhuma Confissão Reformada', mas que a posição infralapsariana recebeu um lugar oficial nas Confissões das igrejas” (Berkouwer, Divine Election, 259).


A discussão de Louis Berkhof das suas visões (em sua Teologia Sistemática) é útil, embora ele pareça favorecer o supralapsarianismo. Eu tomo a visão infralpasariana, como Turretin, a maioria dos teólogos de Princeton, e a maioria dos líderes do Seminário de Westminster (por exemplo, John Murray). Estes assuntos foram o cerne da controvérsia da “graça comum” na primeira metade do século XX. Herman Hoeksema e aqueles que seguiram-no tomaram uma posição supralapsariana tão rígida que eles, no final das contas, negaram o próprio conceito de graça comum.
Finalmente, veja o quadro abaixo, que compara estas visões com o Amyraldianismo (um tipo de calvinismo de quatro-pontos) e o Arminianismo. Minhas notas em cada visão (abaixo), identifica alguns dos maiores defensores de cada visão

NOTAS SOBRE A ORDEM DOS DECRETOS

Supralapsarianismo

Beza sustentava esta visão. Embora freqüentemente seja dito ser ele o responsável por formular a posição supralapsariana, ele não o fez.

Outros proponentes históricos incluem: Gomarus, Twisse, Perkins, Voetus, Witsius, and Comrie.

Louis Berkhof parece valorizar ambas visões, mas parece tender levemente para o supralapsarianismo (Teologia Sistemática, 120-25).

Karl Barth sentia que o supralapsarianismo estava mais próximo do certo do que o infralpasarianismo.

A Teologia Sistemática da Fé Cristã de Robert Reymond toma a visão supralapsariana e inclui uma defesa prolongada do supralapsarianismo.

Turretin diz que o supralapsarianismo é “mais duro e menos apropriado” do que o infralapsarianismo. Ele crê que ele “não parece concordar suficientemente com a bondade inefável [de Deus]” (Elenctic Theology, vol. 1, 418).

Herman Hoeksema e toda a liderança das Igrejas Protestantes Reformadas (incluindo Homer Hoeksema, Herman Hanko e David Engelsma) são supralapsarianos determinados — freqüentemente argumentando, tanto implicitamente como explicitamente, que o supralapsarianismo é o único esquema logicamente consistente. Esta presunção claramente contribui para a rejeição da graça comum pelas Igrejas Protestantes Reformadas.

De fato, os mesmos argumentos usados em favor do supralapsarianismo têm sido empregados contra a graça comum. Assim, o supralapsarianismo tem nele uma tendência que é hostil à idéia de graça comum (É um fato que, virtualmente, todos que negam “a graça comum” são supralapsarianos). Esse ponto aqui é discutível.

Supralapsarianismo é a posição de todos que sustentam o tipo mais rígido de “dupla predestinação”.

É difícil encontrar expoentes do supralapsarianismo entre os principais teólogos sistemáticos. Mas, a tendência entre alguns dos autores mais modernos pode ser para a visão supralapsariana. Berkhof era simpatizante com esta visão; Reymond a defende expressamente.

R. A. Webb diz que o supralapsarianismo é “abominável à metafísica, à ética e às Escrituras. Ele não é exposto em nenhum credo calvinista e pode ser defendido somente por alguns extremistas” (Salvação Cristã, 16). Embora seja simpatizante das convicções infralapsarianas de Webb, penso que ele exagera grosseiramente o julgamento contra o supralapsarianismo [Webb foi um presbiteriano do século XIX].

Infralapsarianismo

Esta visão é também chamada “sub-lapsarianismo”.

John Calvino disse algumas coisas que parecem indicar que tinha simpatia com esta visão, embora o debate não tenha ocorrido nos seus dias de vida (veja Calvinismo de Calvino, traduzido para o inglês por Henry Cole, 89ss; também William Cunningham, Os Reformadores e a Teologia da Reforma, 364ss)

W. G. T. Shedd, Charles Hodge, L. Boettner, e Anthony Hoekema sustentavam esta visão.

Tanto R. L. Dabney como William Cunningham apoiaram-se decididamente a esta visão, mas resistiram argumentar sobre o assunto. Eles criam que todo o debate ia além das Escrituras e, portanto, era desnecessário. Dabney, por exemplo, diz “Esta é uma questão que nunca deve ser levantada” (Teologia Sistemática, 233). Twisse, o supralapsariano, virtualmente concordava com isto. Ele chamava a diferença de “mera apex logicus, um ponto de lógica. E, não é mera loucura fazer uma brecha de unidade ou caridade na igreja, meramente por causa de um ponto de lógica?” (citado em Cunningham, Os Reformadores, 363). G.C. Berkouwer também concorda: “Somos confrontados aqui com uma controvérsia que deve sua existência à infração dos limites colocados pela revelação”. Berkouwer pergunta em voz alta se estamos “obedecendo o ensino da Escritura se recusamos fazer uma escolha aqui” (Eleição Divina, 254-55).

Thornwell não concorda que o assunto seja controvertido. Ele diz que o assunto “envolve algo mais do que uma questão de método lógico. Ele é realmente uma questão da mais alta significância moral...Condenação e enforcamento são partes do mesmo processo, mas ela é algo mais do que uma questão de disposição, se um homem deve ser enforcado antes de ser condenado” (Escritos Selecionados, 2:20). Thornwell é veementemente infralapsariano.

O infralapsarianismo foi afirmado pelo sínodo de Dort, mas somente de maneira implícita nos símbolos de Westminster. Twisse, um supralapsariano, foi o primeiro presidente da Assembléia de Westminster, que evidentemente decidiu que a conduta mais sábia era ignonar a controvérsia totalmente (embora as tendências de Westminster fossem, argumentavelmente, infralapsarianas). A Confissão de Westminster, portanto, juntamente com a maioria dos Credos Reformados, implicitamente afirmou o que o Sínodo de Utrecht (1905) mais tarde declarou explicitamente: “Que nossas confissões, certamente com respeito à doutrina da eleição, seguem a apresentação infralapsariana, [mas] isto não implica de forma alguma, uma exclusão ou condenação da apresentação supralapsariana”.

Wilson Plaza.




                                                  

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